sábado, março 01, 2014

Memórias

Éramos uma respiração adormecida naquela noite poderosa. O anoitecer trespassava o nosso corpo em versos de poesia e os suspiros abafados naquele gélido lar ecoavam em eco no meu pensamento. Beijei-te em prosa e testemunhei todos os teus detalhes enquanto enamorava o teu rosto. Estava rendida à tua alma, estava rendida ao protótipo que nos tornaríamos.
As fissuras da tua voz banhavam o meu pescoço em forma de sussurro. Esmagámo-nos de amor, de memórias curtas, e respirámos a luz adormecida daquele lar, que tantas vezes fora nosso. Era como engasgarmo-nos de amor, era como engasgarmo-nos do tempo suficiente que tínhamos para sermos amados.

5 comentários:

  1. E não será essa a melhora maneira de nos engasgarmos? Vomitar amor por todo o lado. É apenas isso.

    ResponderEliminar
  2. "As fissuras da tua voz banhavam o meu pescoço em forma de sussurro." está tão doce, tão carinhoso. que o amor vos engasgue sempre e vos lembre que nada no mundo é melhor que amar e ser amado assim, tão doce e carinhosamente.

    ResponderEliminar
  3. Está tao bonito. Gostei tanto.

    ResponderEliminar
  4. és uma doçura e a tua escrita reflete essa doçura. adoro ler-te e espero poder fazê-lo sempre!! um beijinho:)

    ResponderEliminar
  5. "Estava rendida à tua alma, estava rendida ao protótipo que nos tornaríamos." , o amor tem dessas coisas.

    ResponderEliminar