sábado, novembro 03, 2012

Desilusão

De corpo mole sento-me na poltrona intacta do meu quarto, pego no caderno de capa de veludo, escondida na terceira gaveta da minha secretária, e procuro no meio da papelada que por lá se encontra uma caneta.
O relógio de parede bate as 5 horas. Tento não fazer barulho para não acordar o resto da casa e procuro coragem para te escrever, mas sei que dificilmente a encontrarei. Apoderaste-te dos meus pensamentos sem pedires licença e eu agora não sei de mim, não sei nem de mim nem de ti. Ainda me custa acreditar que partiste de uma forma tão desonesta e que o futuro do nosso amor sofrerá pequenos deslizes, pequenos deslizes que se tornarão numa fraqueza. Quanto mais tempo passa, mais eu me habituo a viver sem ti, mais eu me habituo à tua distância, mais eu me canso... não de te esperar, mas de me magoar a mim mesma.

4 comentários:

  1. Anónimo21:40

    O teu post está lindo

    ResponderEliminar
  2. Está adorável, minha querida, apesar da dor. Muita força ♥

    ResponderEliminar
  3. São mudas as neblinas nesta ilha
    É de pobreza o pão que alimenta o meu sentir
    Oiço o mar com os meus próprios dedos
    Parti do desencontro dos meus derradeiros medos

    Parti e deixei no cais mil dúvidas
    Lembrei tempos que corri feliz pelas amoras
    Nesses dias bebi sofregamente a vida
    Nesses dias a minha alegria era incontida

    Uma radiosa semana


    Doce beijo

    ResponderEliminar