quarta-feira, novembro 10, 2010

Perder-me

A inércia do tempo desgastava-me o corpo como pedaços de rosa. Uma insónia existente bordava o tempo num desespero estagnado. O silencio daquela noite não me assustava, aliás não era o silencio que me assustava, mas, sim, a possibilidade de que ele tenha sido conhecido cedo demais. O teu coração era mudo e as nossas vozes acabaram mudas, também.
Havia a esperança de regar amor sobre ti, havia a esperança de respirar a noite e adormecer-me em ti. Percorri-te pelas pontas dos dedos e, entre pequenos suspiros, perdi-me. Em ti.