Éramos a noite num estado ofegante e o dia num estado oclusivo. Éramos o entardecer e o silêncio. Éramo-lo, e tu sabe-lo bem. Mitigávamos o sofrimento que subsistia quando nos separávamos, mas nunca fora suficiente para calá-lo. Entre nós persistiam os versos e a prosa. E, até mesmo, os recados com pedidos de desculpa. Sempre foste frenético, e tu sabe-lo bem.
Esta noite estava vazia. Os nossos sonhos desdobravam-se em pensamentos vendidos e a tua consciência vagueava sem destino. Estava escuro, estava silêncio e o meu lar chorava pedaços de céu escuro. A minha alma estava desidratada, e tu? Tu atreveste-te a reduzir à eternidade.
Sempre fomos inerentes. Sempre fomos inerentes até na noite que nos preenchia. Até na noite...
É bom saber que não sou a única a pensar desta forma.
ResponderEliminarE que belo texto que tu aqui tens. E que tudo volte a ser como tu mais desejas, que voltem a ser o "entardecer e o silêncio". Nada está perdido, porque nunca é tarde. :)
Belas palavras, espero que tudo volte a ser como era, que "os versos e a prosa" voltem a existir entre vocês.
ResponderEliminar"Entre nós persistiam os versos e a prosa. E, até mesmo, os recados com pedidos de desculpa. Sempre foste frenético, e tu sabe-lo bem." Filipa, és, no mínimo, genial com as palavras!!
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